Quando um pixo divide opiniões
Em 2015, os arredores do Minhocão, em São Paulo, ganharam um cenário diferente: a enorme pintura “Empena Viva”, executada na lateral de um…
Em 2015, os arredores do Minhocão, em São Paulo, ganharam um cenário diferente: a enorme pintura “Empena Viva”, executada na lateral de um…
Em 2015, os arredores do Minhocão, em São Paulo, ganharam um cenário diferente: a enorme pintura “Empena Viva”, executada na lateral de um prédio e assinada pelo escritório de arquitetura Nitsche. A intervenção fez parte da programação da Virada Cultural.
O painel, que ocupa um edifício de dez andares, levou cinco dias para ser executado. O grafismo, que representa silhuetas de pessoas em contraste branco-e-preto, simulando o interior dos apartamentos,rendeu elogios.
Foi uma maneira criativa de ocupar a empena cega do edifício, o enorme paredão deixado em desuso depois que a Lei Cidade Limpa proibiu anúncios no local.
Em fevereiro de 2016, porém, a arte urbana do escritório de arquitetura apareceu com outra intervenção: uma enorme pixação (com “x” mesmo, na linguagem informal das ruas), também em preto e branco, foi pintada na parte superior do painel.
O escritório de arquitetura responsável pela obra se manifestou. “Domínio Público? Triste ver um trabalho de arte pichado, porém muito interessante ver a simbiose que surgiu entre as duas intervenções: “Empena Viva” (muito viva!)
Foto: Athos Comolatti @parqueminhocao”, diz a publicação no Facebook.
O próprio post, porém, fala na “simbiose” entre as obras. Chama a atenção a maneira como os pixadores dialogaram com a obra original. Fizeram questão de manter o contraste e a caligrafia do pixo foi feita em duas cores, também em negativo, de uma forma que destaca tanto o trabalho original quanto o que o sobrepôs.
A maior parte dos comentários elogiou a intervenção dos pixadores. Foi chamada de “extrema delicadeza”, “caligrafia refinada” e um “trabalho maravilhoso que valorizou o espaço”. Um outro comentarista levantou a questão: quem é que define qual é a arte?
Desde 1998, com a Lei de Crimes Ambientais, a pixação tornou-se oficialmente criminosa, ao lado do grafite. Mas em 2011 uma nova lei descriminalizou o grafite (“a arte urbana com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística”). O Brasil foi o primeiro país a diferenciar legalmente as duas manifestações.
Arte ou não, o que vale é o questionamento sobre esse tema que costuma dividir opiniões! 😉
Via: Nexo Jornal e Hypeness